segunda-feira, 31 de maio de 2010

Concepção Ambientalista de Desenvolvimento

Segundo Davis (1994), a concepção ambientalista dá enorme importância ao ambiente ao desenvolvimento humano. Esta ideia tem origem no empirismo, corrente filosófica que enfatiza a experiência como fonte de conhecimento, sendo possível controlar estes fatores de desenvolvimento por meio da manipulação.
A autora lembra que o principal precursor do ambientalismo é o norte-americano B.F. Skinner, que se propôs a construir uma ciência do comportamento defendendo a ideia de medição, comparação, experimentação, previsão e controle. Assim, priorizando os aspectos observáveis, Skinner desconsidera outros como raciocínio, desejos e fantasias.
Skinner e os defensores da concepção ambientalista crêem que o indivíduo sempre tentará aumentar prazeres e diminuir dores e, para criar determinado comportamento, basta levar em consideração esta ideia. Assim, ao manipular elementos do ambiente, chamados por eles de estímulos é possível manipular o comportamento.
Davis esclarece que os ambientalistas tentam reforçar reações positivas e punir ações negativas. Ela dá o exemplo de elogiar uma criança quando esta arruma seu quarto, para reforçar ação positiva e fazer a criança pagar por ter quebrado uma vidraça, como punição para sua ação negativa, pois assim, ela tomará mais cuidado ao jogar bola.
Há ainda o procedimento que pretende acabar com alguma ação. A extinção é usada, Por exemplo, como conta a autora, para acabar com a bagunça de um aluno que pretende chamar a atenção da professora com tal ação. Ao fingir que não percebe o comportamento do aluno, a professora retira totalmente seu estímulo e a criança para de fazer bagunça para chamar a atenção.
Davis conta que mais recentemente, teóricos também acreditaram que o comportamento humano também é modificado pela observação de ações das pessoas. Quando o comportamento é reforçado, tende a ser imitado, e quando punido, tende a ser evitados.
A autora ainda fala sobre o conceito de generalização, para explicar que quando um comportamento é associado a um determinado estímulo, tende a reaparecer. Quando uma criança aprende a palavra “cachorro”, tende a chamar qualquer animal de quatro patas de cachorro, até distinguir as espécies.
Assim, a aprendizagem é definida pelos ambientalistas “como o processo pelo qual o comportamento é modificado como resultado da experiência”. Para que aprendizagem ocorra, Davis afirma que é preciso levar em consideração a natureza dos estímulos, o tipo de resposta que se espera e o estado físico e psicológico do indivíduo e o que resultará da própria aprendizagem, como elogios, notas altas e recompensas, por exemplo.
Davis explica que a concepção ambientalista estimulou os professores a planejarem suas aulas, valorizando seu papel, ao contrário da visão inatista. Por outro lado, a autora explica que as teorias ambientalistas tiveram efeitos nocivos para a prática pedagógica, já que esta passou a ser uma atividade com fórmula-padrão e deixou de ser reflexiva.
A principal critica, segundo a autora, à concepção ambientalista é que esta vê o homem como ser passivo, que pode ser manipulado e controlado pela simples alteração do ambiente ou situação em que se encontra. Não há na concepção ambientalista a preocupação em explicar os processos pelos quais a criança raciocina esse apropria do conhecimento.

Referência

DAVIS,C.; OLIVEIRA,Z.M.R.;Concepções de Desenvolvimento: correntes teóricas e repercussões na escola. In: DAVIS,C.; OLIVEIRA,Z.M.R.;Psicologia na Educação.2º ed. São Paulo: Cortez Editora, 1994, p. 30-34.

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