segunda-feira, 31 de maio de 2010

Resumo: Concepção Inatista de Desenvolvimento

A Concepção Inatista da Educação

Segundo Davis (1994), é relativamente recente a visão de desenvolvimento enquanto processo de apropriação da experiência histórico-social pelo homem. Por muito tempo, ou os fatores internos eram destacados, ou os fatores externos, e baseados nestes fatores, foram criadas diversas teorias. As que enfatizavam os fatores internos foram chamadas de inatistas, e as que priorizavam os externos, ambientalistas.
Davis afirma que a concepção inatista defende que as principais características do ser humano – como qualidades, personalidade, valores, forma de pensar e reações emocionais- nascem com ele, desvalorizando os eventos que ocorrem após o nascimento. Para os inatistas, o papel do ambiente, e da educação, consequentemente, “é interferir o mínimo possível no processo de desenvolvimento espontâneo da pessoa”. A autora lembra que esta visão pode ter sido originada na Teologia, que acredita que Deus criou o ser humano em sua forma definitiva, ou no entendimento errôneo de contribuições sobre a Embriologia, a Genética e nas teorias evolucionistas de Darwin.
A autora explica que estas contribuições serviram de base para defender que o ambiente não tinha um impacto decisivo, o que não encontrava sustentação em nenhuma delas, que enfatizava justamente o contrário, o impacto do ambiente na adaptação da espécie.
Davis explica que a falta de entendimento sobre estes novos estudos na área biológica, criou uma ideia pessimista da educação: a de que o “homem já nascia pronto”, podendo, no máximo, “aprimorar o que ele viria a ser”. Ela conclui que até hoje esta ideia está camuflada nas escolas, disfarçadas de “aptidões, prontidão e coeficiente de inteligência”, o que, em sua visão, causa preconceitos que prejudicam a sala de aula.


Referência

DAVIS,C.; OLIVEIRA,Z.M.R.;Concepções de Desenvolvimento: correntes teóricas e repercussões na escola. In: DAVIS,C.; OLIVEIRA,Z.M.R.;Psicologia na Educação.2º ed. São Paulo: Cortez Editora, 1994, p. 26-29.

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