O Ministério da Educação instituiu a prova nacional de concurso para o ingresso na carreira docente, que será realizada uma vez por ano, de forma descentralizada, em todas as unidades da Federação. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) será o responsável pela coordenação e aplicação da prova, prevista para 2012. Segundo o MEC, a participação do professor é voluntária.
Creio que este é um belo passo para começar a avaliar os profissionais. Acho, inclusive, que futuramente, isto deva ser obrigatório. Afinal, quem estiver em contínua formação, não precisará temer esta prova.
Sabemos que o Brasil engatinha quanto à formação de seus profissionais de educação. Muitos, por falta de opção ou condição, acabam estudando Pedagogia ou outra licenciatura pelo baixo custo do curso. Muitos jovens que percebem a necessidade em “fazer uma faculdade” optam por estes cursos sem realmente estarem interessados nele. A lógica é a seguinte: se eu desistir, não terei perdido tanto dinheiro, em comparação com outros cursos.
Além disto, a oferta ainda é enorme. Muitas faculdades começam com os cursos de Pedagogia e Administração, pois são cursos que (aparentemente) precisam de poucos recursos, ao contrário de Medicina, por exemplo, que requer equipamentos de última geração, elevando o custo do curso. Assim, qualquer escolinha obtém a autorização do MEC para funcionar e começa com Pedagogia. Não estou falando que as portas para novas faculdades tenham de ser fechadas. Mas é preciso maior rigor na fiscalização, pois muitas começam (e permanecem) sem condições de formar um professor.
E a última questão é a disparidade entre o aluno de Pedagogia e licenciaturas da universidade particular e o da pública. A realidade é a seguinte: quem estuda em universidade pública forma-se para pensar. Quem se forma em particular, é formado para obedecer quem pensa.
Pode parecer coisa do outro mundo, mas é o que acontece. Quantos alunos de Pedagogia da USP a gente vê dando aula, principalmente na rede pública? Os de licenciatura acabam indo para a indústria do vestibular, dando aulas em cursinhos para quem pode pagar. E quem não vai para estes lugares, fica na universidade mesmo, como pesquisador, desenvolvendo pesquisas sem nunca ter entrado em uma sala de aula.
Já o estudante de universidade particular, quer o diploma rápido para entrar no mercado de trabalho, passar em concurso público e “amarrar o burro”. Quanta diferença.
Não acho que os dois lados estejam errados. Mas acredito que para um país que garanta ensino de qualidade a todos, é imprescindível que o professor assuma sua condição de pesquisador, e o pesquisador assuma sua condição de professor. Afinal, a tão falada práxis só acontece quando estas duas coisas, teoria e prática, se unem.
Eu quero sim, estudar muito, fazer Mestrado, Doutorado, mas não passo perder de vista a sala de aula, caso contrário, serei mais uma teórica-do-mundo-da-lua ou uma praticante-de-teorias-utópicas-irrealizáveis.
Para ver a portaria e a matriz de referência, clique aqui e aqui.
Você realmente acredita na relação Universidade pública e privado como escreveu?
ResponderExcluirEm caso afirmativo, deve refletir melhor outras questões que estabelecem o relatório que você apresenta e sair de uma análise simplista e maniqueísta.
Leandro, em primeiro lugar, isto não é um relatório, mas uma opinião, baseada em experiências que vivo e situações que observo.
ResponderExcluirEm segundo lugar, creio que você não entendeu o que eu quis dizer, pois, para mim, infelizmente, a relação entre as universidades públicas e as privadas NÃO existem. As duas caminham para lados opostos, como afirmei no texto.
Por último, acho interessante você se expressar melhor, dar seu ponto de vista para que possamos debater, afinal, isto é um blog sobre o meu caminho pedagógico, e toda opinião será bem vinda.