Recebi um comentário muito interessante no texto em que falei sobre o provão que o MEC vai instituir para avaliar os professores. O comentário foi o seguinte:
“Você realmente acredita na relação Universidade pública e privado como escreveu?
Em caso afirmativo, deve refletir melhor outras questões que estabelecem o relatório que você apresenta e sair de uma análise simplista e maniqueísta”.
Achei maravilhoso alguém questionar o que escrevo. Finalmente alguém reagiu a um texto meu. Isto é o que há de melhor em escrever: dialogar com o leitor, em tempos e espaços totalmente inimagináveis. Obrigada Leandro!
Como o comentário não foi sobre o “provão”, não comentarei sobre ele. Para quem quiser ler o texto, clique aqui.
Como isto é um blog e aquele texto não é uma reportagem, que teoricamente deveria ter fontes e opiniões relevantes, sinto-me no direito de colocar minhas indagações, frustrações e tudo mais que envolve meu caminho pedagógico. Portanto, não tenho a necessidade de criar um relatório com base científica. Mesmo assim, como o assunto rendeu “pauta”, vamos explorá-lo novamente.
Cursando jornalismo eu percebi a falta de relação entre a pública e a particular, agora, e agora, na Pedagogia, confirmei o que pensava: elas não somente não se relacionam, mas também andam por caminhos diferentes. Ou seja, não existe nem mesmo uma relação entre alunos de particular e de pública. Eles dificilmente se encontram.
Se no jornalismo, o que conta para o mercado é o nome da faculdade, na Pedagogia, o que conta, é rapidez na formação, já que sobram vagas e faltam profissionais qualificados para trabalhar no principal mercado: a rede pública de ensino.
Vocês já repararam quantos alunos formados na USP são professores da rede pública? Pouquíssimos, e sabem por quê? Porque a formação da USP baseia-se em pesquisa, como toda universidade deveria ser. Alguns, não saem nunca de lá. Engatam o Mestrado, Doutorado e por ali ficam, como pesquisadores da educação.
O problema é que estes só ficam na pesquisa, cabendo aos milhares de alunos da particular, que se matam para pagar uma faculdade, “dar aulas”, após três anos (somente) de estudo. Assim, quem estudou muito pouco, coloca a mão na massa, sem saber direito o que está fazendo. Já quem tem muito conhecimento, nunca entra numa sala de aula.
Gente, ser professor é uma coisa muito séria e exige os dois: reflexão e ação. Teoria e prática. E o que vejo é o seguinte: Teoria na pública. Prática na particular.
Eu quero ter os dois. Quero ser uma professora-pesquisadora. Por isto, não aceito receitas de bolo, aulas prontas. Eu quero base teórica para criar minhas próprias ações. Não quero ser manipulada pela rede, com livros e apostilas prontas. Eu sou um ser pensante.
Pode parecer idiota o que estou falando, mas é o que vejo por aí. Gente que, por falta de base teórica, de convicção própria, aceita o que lhe impõem. Muitas teorias e ideias criadas por pedagogos, economistas, sociólogos são boas, mas não têm a experiência da sala de aula, o que a complementaria. Eu quero criar teorias baseadas em minhas experiências.
Assim, coloco aqui novos questionamentos sobre a (falta de) relação entre pública e particular e a formação de professores em nosso país. No Brasil, a universidade particular forma professores. A pública, pedagogos. Mas meu caminho pedagógico, passa pelos dois!
Por favor, se existem professores na rede que estudaram na USP, avisem-me. Terei o maior prazer de falar que estava errada.
Qual a importância desta minha visão maniqueísta? O que você, estudante de Pedagogia, tem a ver com isto? Aguarde os próximos posts!
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