sábado, 31 de julho de 2010

Ediouro lança "Coquetel Conhecer"



A Ediouro lança, em 30 de julho, a primeira revista de passatempos destinada a estudantes que estão se preparando para o vestibular e para o ENEM. Coquetel Conhecer aborda temas contemporâneos de forma interdisciplinar por meio de jogos que reforçam os conceitos aprendidos em sala de aula. Além disso, a revista ainda traz uma seção dedicada à carreira, na qual um profissional bem sucedido fala sobre o curso universitário e as perspectivas do mercado de trabalho para determinada profissão.

Bernadette Caldas, gerente de marketing do Grupo Coquetel, espera que o título se torne um sucesso. "Todas as publicações existentes no mercado hoje são muito didáticas. Coquetel Conhecer é a única que auxilia no estudo de foram descontraída", afirma. Bernadette ainda pede atenção na exposição do título: "como é destinada a estudantes, a revista deve ser exposta no segmento de educação".

Preço: R$ 1,90 (primeira edição) e R$ 3,90 (demais edições)

Governo de São Paulo vai pagar bolsa para aluno que ajudar outro

Achei a ideia interessante, principalmente porque os alunos serão da rede pública. Já vi filmes norte-americanos que alunos de escolas boas tinham que atravessar a cidade para ajudar outros, de escolas pobres e ruins, como forma de "castigo".

Segundo a Folha, Os monitores virão do 2º ano do ensino médio e os pupilos, do 6º e 7º anos. Serão selecionados com base em notas no Saresp (exame estadual) e boletins escolares. Os monitores ganharão R$ 115 como bolsa-auxílio.

Creio que se o aluno for da escola, melhor ainda, pois ambos vivem a mesma realidade. Vamos ver se na prática, vai funcionar!

Também acho que isto deveria ser colocado no histórico do aluno, pois, se um dia, o sistema injusto do vestibular mudar, esta ajuda dada aos menores pode contar pontos para o jovem que ajudou.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Saiu a convocação do concurso para professor de Educação Infantil e Fundamental da Prefeitura de São Paulo

Cronograma de Escolha de Vagas da Classe dos Docentes Prof.Ed.Infantil e Ens.Fundamental I
DIA 16/08/2010
HORÁRIO CLASSIFICAÇÃO
08:00 1 a 40
09:00 41 a 80
10:00 81 a 120
11:00 121 a 160
13:00 161 a 200
14:00 201 a 240
15:00 241 a 280
16:00 281 a 320
16:55 Retardatários do dia até 17:00
DIA 17/08/2010
HORÁRIO CLASSIFICAÇÃO
08:00 321 a 360
09:00 361 a 400
10:00 401 a 440
11:00 441 a 480
13:00 481 a 520
14:00 521 a 560
15:00 561 a 600
16:00 601 a 640
16:55 Retardatários do dia até 17:00
DIA 18/08/2010
HORÁRIO CLASSIFICAÇÃO
08:00 641 a 680
09:00 681 a 720
10:00 721 a 760
11:00 761 a 800
13:00 801 a 840
14:00 841 a 880
15:00 881 a 920
16:00 921 a 960
16:55 Retardatários do dia até 17:00
DIA 19/08/2010
HORÁRIO CLASSIFICAÇÃO
08:00 961 a 1000
09:00 1001 a 1040
10:00 1041 a 1080
11:00 1081 a 1120
13:00 1121 a 1160
14:00 1161 a 1200
15:00 1201 a 1240
16:00 1241 a 1280
16:55 Retardatários do dia até 17:00
DIA 20/08/2010
HORÁRIO CLASSIFICAÇÃO
08:00 1281 a 1320
09:00 1321 a 1360
10:00 1361 a 1400
11:00 1401 a 1440
13:00 1441 a 1480
14:00 1481 a 1520
15:00 1521 a 1560
16:00 1561 a 1600
16:55 Retardatários do dia até 17:00
DIA 23/08/2010
HORÁRIO CLASSIFICAÇÃO
08:00 1601 a 1640
09:00 1641 a 1680
10:00 1681 a 1720
11:00 1721 a 1760
13:00 1761 a 1800
14:00 1801 a 1840
15:00 1841 a 1880
16:00 1881 a 1920
16:55 Retardatários do dia até 17:00
DIA 24/08/2010
HORÁRIO CLASSIFICAÇÃO
08:00 1921 a 1960
09:00 1961 a 2000
10:00 2001 a 2040
11:00 2041 a 2080
13:00 2081 a 2120
14:00 2121 a 2160
15:00 2161 a 2200
16:00 2201 a 2240
16:55 Retardatários do dia até 17:00
DIA 25/08/2010
HORÁRIO CLASSIFICAÇÃO
08:00 2241 a 2280
09:00 2281 a 2320
10:00 2321 a 2360
11:00 2361 a 2400
13:00 2401 a 2440
14:00 2441 a 2480
15:00 2481 a 2520
16:00 2521 a 2560
16:55 Retardatários do dia até 17:00
DIA 26/08/2010
HORÁRIO CLASSIFICAÇÃO
08:00 2561 a 2600
09:00 2601 a 2640
10:00 2641 a 2680
11:00 2681 a 2720
13:00 2721 a 2760
14:00 2761 a 2800
15:00 2801 a 2840
16:00 2841 a 2880
16:55 Retardatários do dia até 17:00
DIA 27/08/2010
HORÁRIO CLASSIFICAÇÃO
08:00 2881 a 2920
09:00 2921 a 2960
10:00 2961 a 3000
11:00 3001 a 3040
13:00 3041 a 3080
14:00 3081 a 3119
15:00 11º a 20º Lei 13.398/02
15:20 Retardatários do dia
15:25 RETARDATÁRIOS DA ESCOLHA ATÉ AS 15:30
Nos termos do que dispõe o § 4º do artigo 123 da Lei nº 14.660, de 26/12/2007, o candidato ora convocado que não comparecer para a escolha de vaga, não será nomeado.
OBSERVAÇÕES:
1 - Os interessados ou seus procuradores habilitados para tal deverão comparecer no local e horário acima indicados, munidos
dos seguintes documentos:
- cédula de identidade
- demonstrativo de pagamento (quando for servidor municipal)
1.1. Os procuradores deverão estar munidos de cópia dos documentos de seus representantes e dos respectivos documentos
de procuração.
2 - No final de cada sessão serão chamados os retardatários do horário, obedecendo à ordem de classificação.
3 – No final do dia serão chamados os retardatários do dia da escolha.
4 - No final do processo de escolha serão chamados os retardatários da escolha, obedecendo à ordem de classificação nos
moldes do cronograma supra.
5 - O não comparecimento dos candidatos convocados às sessões de escolha, acarretará a imediata disponibilização
das vagas para chamadas subseqüentes de outros candidatos aprovados.

Os candidatos acima convocados deverão comparecer no Auditório da CONAE 2,sito à AV.ANGELICA Nº 2606 – CONSOLAÇÃO

Eu estarei lá...rs

terça-feira, 27 de julho de 2010

Sai autorização para chamada do concurso para professor de Educação Infantil e Fundamental da Prefeitura de São Paulo

Saiu!!! Saiu!!!

Confiram: Página 4 e 5 do Diário Oficial do Município de hoje (27/07)

DESPACHOS DO PREFEITO
Of. 1287/10-SME.G - Secretaria Municipal de Educação - Ref. a
pedido de autorização para nomeação de candidatos aprovados
no Concurso Público de Acesso para provimento de cargos da
classe dos Gestores Educacionais - À vista dos elementos de
convicção que instruem o presente expediente, especialmente
o teor das justificativas apresentadas pela Secretaria Municipal
de Educação a fls.01/02, e uma vez demonstrada a necessidade
de suprir o quadro das equipes técnicas das unidades
educacionais e módulos das Diretorias Regionais de Educação,
AUTORIZO, em face das manifestações favoráveis das Secretarias
Municipais de Modernização, Gestão e Desburocratização
(fls.14/15 e 17/20), de Planejamento (fls.22/25) e de Finanças
(fls.26/30), e uma vez atendidos os requisitos estabelecidos
no Decreto 45.687/05 e no artigo 31 do Decreto 51.194/10, a
nomeação de 109 Coordenadores Pedagógicos, 42 Diretores de
Escola e 11 Supervisores Escolares.
Of. 983/2010/SME-G - Secretaria Municipal de Educação - Pedido
de autorização para nomeação de candidatos aprovados
no concurso público de ingresso para provimento de cargos
vagos de Professor de Educação Infantil e Ensino Fundamental
I - À vista dos elementos de convicção que instruem o presente
expediente, especialmente as justificativas expostas pela Secretaria
Municipal de Educação às fls. 01/03, que evidenciam
a necessidade de suprir o quadro docente das escolas daquela
Pasta, garantindo o regular desenvolvimento das atividades
escolares, e considerando satisfeitos os requisitos estabelecidos
no Decreto 45.687/05 e no artigo 31 do Decreto 51.194/10,
AUTORIZO, com fundamento, ainda, nos pronunciamentos
favoráveis das Secretarias Municipais de Modernização, Gestão
e Desburocratização (fls.11/13), de Planejamento (fls.15/17)
e de Finanças (fls.20/22), a nomeação de 3.129 candidatos
aprovados no concurso público de ingresso para provimento
de cargos vagos de Professor de Educação Infantil e Ensino
Fundamental I.
Of. 984/2010/SME-G - Secretaria Municipal de Educação
- Pedido de autorização para nomeação de candidatos apro
vados no concurso público de ingresso para provimento de
cargos vagos de Professor de Educação Infantil - À vista dos
elementos de convicção que instruem o presente expediente,
especialmente as justificativas expostas pela Secretaria Municipal
de Educação às fls. 01/03, que evidenciam a necessidade
de suprir o quadro docente das escolas daquela Pasta, garantindo
o regular desenvolvimento das atividades dos Centros
de Educação Infantil – CEIs, e considerando satisfeitos os
requisitos estabelecidos no Decreto 45.687/05 e no artigo 31
do Decreto 51.194/10, AUTORIZO, com fundamento, ainda,
nos pronunciamentos favoráveis das Secretarias Municipais de
Modernização, Gestão e Desburocratização (fls.13/15), de Planejamento
(fls.17/19) e de Finanças (fls.22/24), a nomeação de
998 candidatos aprovados no concurso público de ingresso para
provimento de cargos vagos de Professor de Educação Infantil.


Fontes me informaram que dentro de dez dias, começamos a escolher as escolas. Aleluias!!!

domingo, 25 de julho de 2010

Educação do amanhã substitui a padronização pela criatividade e troca o foco no currículo pela atenção ao aprendiz, no Estadão

Oi, gente

Tem uma entrevista no Estadão de hoje muito interessante. Fala sobre como devemos educar hoje, e mostra que priorizar currículo não está mais na pauta (graças a Deus), e sim, ter o foco no aprendiz.

Confira em http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,a-equacao-do-futuro,585618,0.htm

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Trilha sonora da campanha da Marina Silva!!!

Não tem o que falar! Tem que ouvir!!!

Para ouvir, clique aqui.

Marina, eu sou mais um.
Estou com você (voz de Arnaldo Antunes)

No som / No corpo
No planeta / No jardim
Na palavra / No caminho
No concreto / No sim

Eu sou mais um!
No encontro / Na morada
Na escola / Na parada
Na conversa / Na cabeça
Na janela / No vento
Na ideia / Na floresta
No palco / Na natureza
Na praça / Na infância
Em você / Em mim

Eu sou

Mais um bate-papo
Correndo lado a lado
Mais um na quebrada
Mais um na balada
Mais um na liberdade
Mais um na alvorada
Com os mano e com as mina...

Eu Sou Marina!

No voto / Na mente
Na alma / No movimento
Na fé / Na raça
No destino / Na dança
Na vontade / No hoje
Na força / Na esperança
No site / No olhar
No desenho / Na notícia
Na virada / No amar
No grito / No Brasil
Na gente / No twitter
No rádio / Na TV
Na ação / Na canção
No meu sonho / No viver
No pulso Na multidão
Na vitória

No Planalto Central!
Marina!
No Planalto Central!
Marina!!
NO PLANALTO CENTRAL!!!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Aumenta número de alunos na pré-escola e no ensino médio em 20 anos do ECA

da Agência Brasil

Os números da educação apresentaram mudanças positivas após 20 anos da aprovação do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Atualmente, cerca de 7 milhões de crianças estão matriculadas na pré-escola, o que representa quase o dobro dos 3.628.285 alunos que frequentavam esta etapa do ensino em 1991.

O número de alunos da pré-escola aumentou mais significativamente nas regiões Centro-Oeste e Norte. As duas tiveram crescimento de mais de 100% no número de estudantes matriculados. A quantidade subiu de 176 mil para 413 mil alunos e de 213 mil para 559 mil, respectivamente.

No ensino médio, o número de estudantes matriculados é mais do que o dobro do total registrado em 1991. Naquele ano, eram 3.772.689 alunos nessa fase e, agora, são 8.288.520. No ensino fundamental, a quantidade de alunos teve um ligeiro aumento, passando de 29.203.724 para 31.512.884. Os dados são do Censo Escolar, do Ministério da Educação, e referem-se a levantamentos dos anos de 1991 e 2009.

Seminário sobre Educomunicação e Liberdade de Expressão, em agosto, na ECA

Dois seminários reunirão especialistas voltados para os temas da Educomunicação e do direito à expressão, na segunda metade do mês de agosto de 2010, no espaço da Escola de Comunicações e Artes, a saber: 17 a 19 de agosto – Seminário Internacional em Comunicação e Censura e 23 e 24 de agosto – II Encontro Brasileiro de Educomunicação.

Seminário Internacional em Comunicação e Censura (17 a 19 de agosto de 1010) - Uma das questões mais importantes ligadas à Comunicação e Educação é a liberdade de expressão. Tratar de seus critérios e formas de cerceamento, assim como das tradições censórias aos meios de comunicação e às artes é o objetivo do Seminário Internacional em Comunicação e Censura. Organizado pelo Grupo de Pesquisa Arquivo Miroel Silveira, o evento conta com o apoio do Curso de Licenciatura em Educomunicação do CCA-ECA-USP, levando em conta o interesse do campo para a formação do profissional em comunicação/educação.

II Encontro Brasileiro de Educomunicação (23 a 24 de agosto de 1010) - Depois do sucesso do I Encontro Brasileiro de Educomunicação, ocorrido no auditório do Jornal da Tarde, em maio de 2007, o Núcleo de Comunicação e Educação une-se à Licenciatura em Educomunicação, para a realização de uma segunda versão do evento, discutindo o tema: “Educomunicação: diálogo entre sociedade civil e universidade”. O evento reunirá especialistas e pesquisadores que implementam procedimentos educomunicativos na área da mídia, do terceiro setor, da educação não formal e da educação formal para um diálogo com os docentes e pesquisadores do programa que instituirá o primeira Licenciatura em Educomunicação do país. O encontro contará o com o apoio das Edições Paulinas, que editam a Revista Comunicação e Educação.

Informações sobre os programas e as inscrições podem ser obtidas no site: www.cca.eca.usp.br

Segue o programa do II Encontro Brasileiro de Educomunicação

II Encontro Brasileiro de Educomunicação

Diálogo entre sociedade civil e universidade

São Paulo, 23-24 de agosto de 2010

Promoção:

Licenciatura em Educomunicação – CCA-ECA-USP

Núcleo de Comunicação e Educação – NCE-USP

Revista Comunicação e Educação

Edições Paulinas

Programa

23 de agosto

08h00 – Recepção dos participantes

09h00 – 10h30

Sessão de Abertura

Palestrante convidado: Senador Cristovam Buarque, Ex-Ministro da Educação e promotor do projeto Educomrádio-Centro-Oeste (MEC / NCE-USP). Tema: Educação, Comunicação e um Novo Humanismo.

11h00 – 12h30
Painel I – Educomunicação no espaço das políticas públicas: utopia ou realidade?

Perspectiva internacional: A Educomunicação a partir o mandato do Fórum das Nações Unidas sobre a Aliança das Civilizações.

Perspectiva nacional: A Educomunicação no programa Ensino Médio Inovador do MEC

Perspectiva municipal: O Programa nas Ondas do Rádio, no Município de São Paulo

Perspectiva institucional: O programa de formação de educomunicadores da FUNDHAS- SJC

14h30 - 17h00

Painel II – Mídia e Tecnologia no espaço educativo: a perspectiva da Educomunicação

O caráter educomunicativo da programação do Canal Futura

O caráter educomunicativo do curso em EaD “Mídias na Educação” do MEC

A especificidade educomunicativa do programa “Ensino Médio Presencial mediado por Tecnologias” da Secretaria de Educação do Amazonas

O Potencial aberto ao educomunicador pela convergência midiática.

18h00

Lançamento da edição 1, ano XV da Revista Comunicação & Educação (CCA/ECA/USP – Paulinas)

Lançamento do livro Do Meb à WEB, Autêntica Editora, 2010, coordenado por de Sandra Pereira Tosta e Nelson De Luca Pretto.

24 de agosto

09h00 – 10h30

Painel III – O profissional da Educomunicação

O papel e as funções dos profissionais da Educomunicação

A demanda pelo profissional da educomunicação no Terceiro Setor

O profissional da educomunicação nos espaços da educação não formal

11h00 – 12h30

Painel IV– A pesquisa e a extensão na interface-comunicação e educação

A pesquisa em torno da interface-comunicação e educação na Faculdade de Educação da USP

A pesquisa em torno da interface-comunicação e educação na ECA-USP

A contribuição da Revista Comunicação & Educação para o campo da Comunicação/Educação.

A pesquisa em Educomunicação, na América Latina

14h30 - 17h00

Painel V – A Licenciatura em Educomunicação

Razões da opção pela Licenciatura, perspectiva a partir da mobilização da sociedade civil

Razões da opção pela Licenciatura, perspectiva a partir da Educação

Estrutura curricular da Licenciatura

A Licenciatura a partir da identidade histórica do Departamento de Comunicações e Artes da ECA/USP

18h00 - Encerramento

Fonte: NCE

Artigo: Sustentabilidade precisa de educomunicadores

Por Rodrigo Cogo

A fórmula de resultados econômico-financeiros combinados com impactos e benefícios sociais e ambientais é uma das grandes discussões do mundo empresarial. A resposta sobre como atingir um patamar de consciência no corpo funcional, nos acionistas e demais agentes da cadeia produtiva, numa postura de entendimento da força multilateral da comunicação, é a grande busca na área. Afinal, ou pensamos num processo integrado de geração de negócios considerando as repercussões nas pessoas e na natureza, ou não teremos consumidores, nem empresas, nem planeta.

Não se sabe ao certo a data precisa da história recente da humanidade em que surgiram os conceitos de responsabilidade social empresarial e sustentabilidade. O que se sabe é que, mais do que sucedâneos, nasceram de matrizes ligeiramente diferentes (social e ambiental), mas complementares. Alguns especialistas arriscam que o termo sustentabilidade teria sido usado pela primeira vez na década de 70, a partir da Conferência das Nações Unidas para o Meio-Ambiente, realizada em junho de 1972. À época, no entanto, o termo guardava um significado restrito. Tal como é conhecido hoje, só foi disseminado após a publicação, em 1987, do relatório Nosso Futuro Comum, da Comissão para o Meio-Ambiente da ONU – conhecido como “Relatório Brundtland”, sobrenome da então primeira-ministra da Noruega. Os debates da Rio-92 e, na Inglaterra, a criação da consultoria SustainAbility, de John Elkington (responsável pela difusão da idéia do triple bottom line) ajudaram a popularizar de vez o termo e o que ele significa e representa.

O nascimento da Responsabilidade Social Empresarial no Brasil deu-se nos anos 80, com o movimento pela qualidade de produtos e serviços e atendimento a clientes, inclusive com o surgimento das normas ISSO e de uma rígida legislação ambiental, que estabelecia o cenário da instalação do tema, em suas reflexões e práticas iniciais no sentido da transcendência de papéis pelas empresas, saindo somente da geração de emprego, do pagamento de impostos e da produção de bens. Na verdade, a globalização veio a ser o grande centro para a discussão da Responsabilidade Social, tanto que as principais empresas a investir na área foram as multinacionais. Dentre os principais marcos da discussão sobre sustentabilidade nos negócios estão a criação do Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável em 1997, a criação do Instituto Ethos em 1998, mesmo ano do início do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas com seu Balanço Social. No ano seguinte, houve a estréia das diretrizes do Global Reporting Initiative/GRI para relatórios de sustentabilidade e o lançamento do Dow Jones Sustainability Index referendando a prosperidade responsável das empresas. Um acontecimento tido como fundamental por especialistas, como o jornalista e consultor Ricardo Voltolini, foi a instituição dos Indicadores Ethos em 2000, normatizando as idéias segundo parâmetros mais claros, permitindo diagnóstico, estabelecimento de evolução e mesmo comparação de resultados com outras organizações. Também no mesmo ano, as 8 Metas do Milênio da ONU foram anunciadas e tiveram adesão de 191 países. Em 2003, a formalização dos Princípios do Equador para o setor bancário, e no ano seguinte veio a decisão de criar a ISSO 26000 de Responsabilidade Social (publicação prevista para 2010). Em 2005, foram firmados dois pactos importantes no Brasil – pela erradicação do trabalho escravo e pela integridade e contra a corrupção. Em termos mundiais, a discussão mais forte vem das mudanças climáticas e do aquecimento global como resultado da atividade humana descontrolada, o que consagrou as preocupações com sustentabilidade em âmbito mundial.

Entre as várias conceituações propostas e atualizadas pelo Ethos, tem-se hoje: “forma de gestão pautada pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos, com metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade”. A relevância da RSE é tamanha que se unifica a investimentos em qualidade, competitividade e desenvolvimento e retenção de talentos. A área abrange até uma estratégia de auto-preservação, no sentido de que “não existe empresa próspera sem sociedade próspera”, como disse Kofi Annan. Uma empresa com RSE ouve os interesses das diferentes partes e os incorpora no planejamento de suas atividades para atender suas demandas com a mesma importância das requisitações de acionistas ou proprietários. Por isto, age com reciprocidade, compromisso, respeito, responsabilidade, confiança, diálogo e transparência.

O diretor geral da ABERJE e professor-doutor da ECA/USP, Paulo Nassar, tem apontado um encaminhamento bastante pertinente: o processo de comunicação vai ser cada vez mais transformado em processo educacional, mais ainda no campo da sustentabilidade. Seria o surgimento do “educomunicador”, que facilita relacionamentos. Outro ponto de transição seria o meta-humano, uma mudança de foco da comunicação onde o homem deixa de ser o centro de tudo para compartilhar com plantas, animais, recursos naturais. Comunicação para convencer é muito diferente da comunicação pela educação e do esclarecimento.

Outro item é fundamental e consenso entre profissionais: a cidadania precisa ser exercida de dentro para fora, onde os funcionários são os maiores multiplicadores. O orgulho de trabalhar numa empresa cidadã é o maior motivo de retenção da equipe, mas é preciso também conhecimento, apoio e envolvimento de todos nos programas e no caso daquela empresa isto significa também que quatro horas do expediente podem ser doadas para as atividades. Em geral, as grandes corporações entendem que uma política de investimento social privado deve ser fixa e não dependente de lucratividade. Ao lado disto, é preciso efetivar um processo de negócio sustentável que permeie toda a organização primeiro, sem atribuir a um setor, grupo ou pessoa. O tema precisa ser entendido como transversal, ainda que especialistas apontem três grandes focos: garantia de disponibilidade dos recursos naturais; respeito ao aos limites da biosfera para absorver resíduos e poluição; e resolução da questão social, reduzindo a pobreza mundial. Entre alguns critérios para definição das causas apoiadas pelas organizações, sugere-se provocar uma mudança social significativa, gerar resultados mensuráveis, obter comprometimento dos dirigentes e colaboradores e ser perene. A aprendizagem deve ser repassada a toda a cadeia produtiva interligada, exigindo o cumprimento de indicadores e procedimentos sustentáveis.

A motivação principal da comunicação é a necessidade das empresas em serem percebidas, porque a área de sustentabilidade tem valor para a reputação, atribuída pela sociedade. Confirmação disto têm sido os resultados de pesquisas, como do Instituto Globescan e Marketing Analisys Brasil, com 88% das pessoas acreditando que as empresas devam envolver-se diretamente na solução de problemas sociais, ou da InterScience com 51% dos brasileiros apostando na RSE como atributo importante. Mais de 75% do valor das empresas decorre de ativos intangíveis, ordenados em relatórios sociais, índice que estava em 38% em 1982. Esta questão tem levado ao uso da sustentabilidade como fator de posicionamento de importantes marcas, como distintivo de imagem.

Enquanto a imagem reflete uma percepção de curto prazo e é baseada no impacto da comunicação, a reputação reflete uma percepção sustentável a longo prazo, cuja densidade é gerada pelos relacionamentos. Uma frase de Philip Kotler atesta esta concepção – “toda empresa funciona num meio ambiente de públicos”, o que evidencia a importância da administração de percepções, sobretudo gerando mudanças. Entre os indicadores relevantes para a reputação está a transparência no contato com a comunidade, consumidores/clientes, fornecedores, Governo e sociedade e meio-ambiente, de maneira integrada e sem prevalências, por meio de vetores de preservação, apoio ao desenvolvimento, satisfação, bem-estar, sinergia e relacionamentos com princípios.

* texto baseado em informações da Revista IdeiaSocioambiental.

Fonte: Aberje

terça-feira, 13 de julho de 2010

Instituto lança blog para fortalecer discussões sobre o ECA

O Programa Via, criado pelo Instituto Votorantim, apoia projetos de defesa e promoção dos direitos das crianças e dos adolescentes e diagnósticos da situação da infância e adolescência em dezenas de municípios brasileiros, e irá lançar, nesta terça-feira, 13, em comemoração aos 20 anos do ECA, o VIA blog www.viablog.org.br

A nova ferramenta é um espaço de interação e aprendizagem, destinado à disseminação de informações sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), bem como à troca de experiências bem sucedidas e ao debate sobre os problemas e as soluções para a garantia dos direitos infanto-juvenis.

O Programa Via foi criado em 2006 com o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade de vida de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, e também para fortalecer as estruturas de gestão de organismo focados nesta área, como Conselhos Municipais e Fundos de Amparo, cooperando assim para a materialização dos preceitos contidos no ECA.

No VIA blog, todos poderão encontrar informações sobre violações de direitos – abandono, negligência e violência doméstica, adolescentes em conflito com a lei, envolvimento com drogas, falta de acesso à educação, evasão e fracasso escolar, falta de registro civil, trabalho infanto-juvenil, violência sexual e violações à saúde –, sobre metodologias de ação e exemplos de boas práticas que podem ajudar a enfrentar e solucionar as violações.

O VIA blog disponibilizará informações sobre o funcionamento dos Conselhos Tutelares e de Direitos, dos Fundos da Criança e do Adolescente, dos diagnósticos e planos de ação, das redes de atendimento e do Sistema de Garantia dos Direitos, da gestão de programas e projetos e do orçamento da criança e adolescente.

Há, também, uma série de informações sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente – como a evolução histórica e conceitual que levou à sua criação e as normas internacionais que influenciaram na sua concepção.

Além de participar de fóruns de discussão e acessar entrevistas e artigos exclusivos sobre o tema, os usuários do VIA blog poderão, ainda, contribuir com relatos, perguntas e sugestões de matérias que tratam dos direitos da criança e do adolescente.

Fonte: Andi

Número de conselhos tutelares aumenta 24%, mas estrutura ainda é precária

A menina deu entrada no hospital de Aracaju levada pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). Tinha sido vítima de maus tratos e os médicos de plantão fizeram o que manda a lei estadual: avisaram imediatamente o Conselho Tutelar da capital de Sergipe. Nesse momento da história, começaram os problemas relacionados a uma das principais ferramentas de proteção dos direitos criada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que em 13 de julho deste ano completa duas décadas.

Apesar da existência do conselho tutelar – órgão que está sob a competência das instâncias municipais –, a falta de estrutura dificultou o exercício das funções dos conselheiros de zelar pelo cumprimento e absoluta prioridade na efetivação dos direitos. “A criança morava em Brejo Grande – a 137km da capital – e a notificação tinha que chegar lá onde estavam a família, a escola e todas as partes relacionadas aos direitos dela...”, observa Danival Lima Falcão, coordenador do Comitê Estadual de Enfrentamento a Violência Contra a Criança e o Adolescente.

“Mas, como fazer isso se os conselhos têm telefone, mas as pessoas não podem ligar. Se têm computador, mas não existe conexão de internet? Se não têm fax e assim por diante?”, pergunta. “Ficamos de mãos atadas por trabalhamos sem uma condição mínima necessária para fazer cumprir o que manda o ECA”, completa.

Precariedade em todo o Brasil


A realidade narrada por Falcão está longe de ser rara. Na verdade, é bastante comum entre os mais de 5.700 conselhos tutelares espalhados pelos quatro cantos do país. E a falta de estrutura dos órgãos tem influência direta no atendimento prestado às crianças e aos adolescentes.

Em Alagoas, por exemplo, apenas 30% dos conselhos tutelares têm telefones. “No restante o que vale é o celular do próprio conselheiro”, afirma o coordenador-geral do Fórum Estadual dos Conselhos Tutelares de Alagoas, José Edmilson de Souza.

Sem telefone e conexão à internet, não há comunicação. Sem um carro, por exemplo, os conselheiros não conseguem apurar denúncias de maus-tratos contra jovens ou, ainda, entregar ao juiz documentos nos prazos determinados. E sem lugar apropriado para atender as denúncias que chegam às sedes dos conselhos, a privacidade acaba posta de lado, o que fere também o ECA. “Em muitos conselhos daqui, os locais não são adequados e alguns chegam a dividir espaços com outros órgãos, separados apenas por divisórias”, completa José Edmilson.

Ivana Leal, secretária-executiva do Conselho de Defesa da Criança e do Adolescente do Piauí analisa: “Frequentemente o Poder Executivo e o Judiciário oferecem pouca estrutura para o funcionamento destes conselhos, prejudicando principalmente o combate ao trabalho infantil e à exploração sexual de crianças e adolescentes nos municípios”.

Muitas etapas ainda devem ser cumpridas para que a rede de proteção dos direitos das crianças e dos adolescentes saia efetivamente do papel. “A falta de estrutura gera uma grita geral. Muitos conselhos não conseguem se comunicar com o restante da rede. Ficam isolados e sem conseguir cumprir todas as funções legais“, denuncia Conceição Nunes, secretária-executiva do Conselho de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará.

AVANÇOS QUANTITATIVOS

Mesmo com o cenário desanimador, 20 anos após a promulgação do Estatuto, os números relacionados aos conselhos tutelares dão sinais de que o primeiro desafio foi vencido: são poucas as cidades sem conselheiros. A realidade já é bem diferente daquela de cinco anos atrás. Em 2006, uma pesquisa da Rede ANDI Brasil revelou que 19 dos 27 estados brasileiros, o equivalente a 70% do total, não cumpriam a premissa legal mais básica: ou seja, não mantinham pelo menos um conselho tutelar em cada cidade.

Na ocasião, Piauí, Bahia e Maranhão lideravam a lista daqueles com a menor quantidades de conselhos. No primeiro, 61% dos municípios não dispunha de nenhuma instância. O território baiano vinha logo atrás, com ausência em 60% das cidades. Maranhão apresentava um déficit de 53%.

Hoje, dois levantamentos constatam clara evolução. O primeiro, desenvolvido pela ANDI junto aos CEDCAs – Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente de todas as unidades da Federação, em junho de 2010, mostra que existem, pelo menos, 5.772 conselhos no país, um aumento de 23,94% em relação a 2006, quando havia 4.657. Bahia e Piauí já conseguiram abrir conselhos em todos os municípios e o Maranhão diminuiu o déficit para 22% (veja tabela a seguir).

Um segundo levantamento, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta a presença de conselhos em 5.472 cidades no País. Ou seja, 93 dos 5.565 municípios brasileiros (o que equivale a 1,67%) não contavam com esse órgão em 2009. Vale destacar que os dados vieram da Pesquisa de Informações Básicas Municipais de 2009 e teve como objetivo apenas afirmar ou refutar a presença de pelo menos um conselho em cada cidade.

A ampliação no número de conselhos deveu-se, de acordo com Eliete Miranda, coordenadora de Gestão e Formulação de Política Assistencial do Amapá, à criação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), em 2005. “Os prefeitos receberam a exigência de criar e estruturar os conselhos tutelares para receber mais recursos e provar os gastos com a rede de proteção dos direitos das crianças e dos adolescentes. Isso acelerou o processo”, explica. Especialistas na área avaliam que, se por um lado, a medida foi positiva porque estimulou a criação de novos conselhos, por outro, trouxe alguns efeito negativos. Muitos conselhos tutelares foram criados com pressa, para cumprir o pré-requisito administrativo. O resultado, muitas vezes, foi o improviso e ausência de estruturas básicas para o funcionamento dessas instâncias.

FORTALECER OS CONSELHOS PARA PROTEGER AS CRIANÇAS

De acordo com Helena Oliveira, oficial de projetos do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a proposta do Estatuto da Criança e do Adolescente, vinte anos atrás, foi justamente criar os conselhos tutelares com o objetivo de assegurar a garantia dos direitos infanto-juvenis no nível municipal. “A ideia é que cada criança e cada adolescente tenha uma referência na sua comunidade na defesa dos seus interesses. Quando essa estrutura não funciona bem, todo o resto fica comprometido. Nosso esforço hoje é fortalecer essa estrutura, principalmente com a qualificação dos conselheiros e a responsabilização do poder público em oferecer condições mínimas para que seja realizado uma atendimento de qualidade às crianças e aos adolescentes".

Carmen Oliveira, subsecretária de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), ressalta também a importância democrática desses órgãos. "A criação dos conselhos tutelares foi uma das maiores inovações do ECA. O conselheiro é um ouvidor comunitário, eleito pela sociedade”.

De acordo com a subsecretária, é preciso dar atenção à infraestrutura dos conselhos, mas qualificar os profissionais seria ainda mais importante. “Em 2005, realizamos uma pesquisa e a queixa mais frequente entre eles era a falta de capacitação. Cerca de 37% deram essa resposta”, avalia.

A partir dos dados, o Conanda e a SDH fizeram uma reorientação de suas ações, investiram na formação continuada, em parceria com as universidades, utilizando o ensino à distância. Mais de 3.500 conselheiros receberam instruções sobre temas como violência sexual, matrizes programáticas, marco legal e orçamento público.

A SDH também trabalhou na reformulação do Sistema de Informações para a Infância e a Adolescência (Sipia), que permite o registro e encaminhamento de denúncias. “Todo esse investimento no fortalecimento dos conselhos não é responsabilidade do governo federal. Mas, mesmo assim, temos destinado uma verba importante para a aquisição de computadores e veículos. Isso não tira a responsabilidade dos gestores municipais, é apenas um estímulo para que continuem fazendo o seu trabalho”, explica Carmen.

PAPEL DOS CONSELHOS TUTELARES

Além da estrutura precária dos conselhos, Conceição Nunes, secretária-executiva do Conselho de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará reclama também que nem todos os personagens da rede de proteção sabem quais são as reais funções do Conselho Tutelar. “Com frequência a Justiça, o Ministério Público e a própria sociedade exigem coisas que estão longe da alçada de um conselheiro. Não temos que sair à noite para fiscalizar bares ou distribuir cestas básicas”, exemplifica.

O ECA é claro: a função do Conselho Tutelar não é responder diretamente à demanda por direitos, mas sim zelar para que os atores responsáveis por ofertar os serviços efetivamente cumpram seu papel. Ou seja, denúncias de agressões de todos os tipos, de negação de atendimento médico ou falhas no sistema educacional, entre diversas outras reclamações, chegam regularmente a essas entidades. Os conselheiros tutelares são responsáveis por encaminhar – de maneira mais ágil e efetiva – as ocorrências aos órgãos competentes (Ministério Público, Vara da Infância etc) e acompanhar o desenrolar dos mesmos.

Também são eles que determinam medidas para a proteção da criança e as dirigem a programas sociais, quando necessário. Por isso os conselhos devem ser instâncias independentes, inclusive também para denunciar e corrigir distorções existentes na própria administração municipal, relativas ao atendimento a crianças e adolescentes. Suas decisões só podem ser revistas pelo Juiz da Infância e da Juventude.

QUEM FISCALIZA

É função do Ministério Público fiscalizar o cumprimento das funções estatutárias dos conselhos tutelares, evitando que o órgão seja utilizado para outros fins, como, por exemplo, na promoção político-partidária de seus membros. Destaca-se também a necessidade do Ministério Público exigir – dos órgãos responsáveis municipais – estrutura adequada de trabalho e capacitação técnica dos profissionais, que deve ser composta por equipe interdisciplinar: psicólogos, assistentes sociais e servidores públicos que garantam todo o suporte técnico para o pleno funcionamento dessas instâncias.

SISTEMA REGISTRA DENÚNCIAS

Para tentar melhorar o funcionamento dos conselhos, estados e união trabalham agora na ampliação e nacionalização dos dados do Sistema de Informação para a Infância e Adolescência. O Sipia é uma ferramenta de registro e tratamento de informação sobre a garantia e defesa dos direitos fundamentais preconizados no ECA. Ele tem uma saída de dados agregados em nível municipal, estadual e nacional e se constitui em uma base real em todos os estados para formulação de políticas públicas no setor.

“Na ponta do Sipia, estão seres humanos. O Sistema depende do conselheiro tutelar que deve preencher de forma clara e correta todos os dados”, ressalva Marcos. “E sem uma boa internet ou o treinamento adequado, não adianta criar sistema algum. Tem gente que acha que mouse é um bicho novo e não tem a menor idéia do que ‘é uma planilha’”, completa.

“O sistema é válido e pode ajudar na análise de dados mas é necessário um olhar parcial porque ainda existem muitos problemas”, considera Marcos Kohls, coordenador do Serviço de Informação para Infância e Adolescência do Paraná. O estado é um dos mais avançados na implantação do sistema e trabalha desde 2000 com a sistematização de dados.

Mais informações: http://portal.mj.gov.br/sipia/


O que faz e o que não faz o Conselho Tutelar

O que faz

Atende queixas, reclamações, reivindicações e solicitações feitas pelas crianças, adolescentes, famílias, comunidades e cidadãos.

Exerce as funções de escutar, orientar, aconselhar, encaminhar e acompanhar os casos.

Faz requisições de serviços necessários à efetivação do atendimento adequado de cada caso.

Contribui para o planejamento e a formulação de políticas e planos municipais de atendimento à criança, ao adolescente e às suas famílias.

O que não faz

Não é uma entidade de atendimento direto (abrigo, internato etc.) a crianças, adolescentes e suas famílias.

O Conselho Tutelar é um órgão municipal, de natureza administrativa e não faz parte do Poder Judiciário. Não deve ser confundido com o juiz da infância e juventude e muito menos com a antiga figura do “comissário de menores”.

Não tem poder para obrigar o cumprimento de suas determinações ou punir aqueles que infringirem preceitos legais.

Não tem atribuições para julgar conflitos, tais como atribuir a guarda de uma criança a determinada pessoa, suspender ou destituir alguém do poder familiar.

Fonte: PróMenino e Publicação “Ouvindo Conselhos” (ANDI, 2005)

Saiba como denunciar ao Conselho Tutelar

Não há necessidade de identificação do denunciante, que poderá permanecer anônimo. No entanto, para que a denúncia tenha consistência e conseqüência, é importante que dela constem:

• qual a ameaça ou violação de direitos denunciada;
• nome da criança ou adolescente vítima de ameaça ou violação de direitos;
• endereço ou local da ameaça ou violação de direitos;
• ou, pelo menos, alguma referência que permita a apuração da denúncia.

O QUE DIZ A LEI

A criação dos Conselhos Tutelares está prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta lei.

Art. 132. Em cada município haverá, no mínimo, um Conselho Tutelar: composto de cinco membros, escolhidos pela comunidade local para mandato de três anos, permitida uma recondução.

Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar: atender as crianças e adolescentes; atender e aconselhar os pais ou responsáveis; promover a execução de suas decisões, podendo requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança; providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária para o adolescente autor de ato infracional; Parágrafo único – Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar entender necessário o afastamento do convívio familiar, comunicará o fato ao Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os motivos de tal entendimento e as providências tomadas para a orientação, o apoio e a promoção social da família.

Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse.

Fonte: ECA

VEJA TAMBÉM A AGENDA DE MOBILIZAÇÃO DOS 20 ANOS DO ECA EM TODO O PAÍS

LISTA DOS CONSELHOS TUTELARES NAS CAPITAIS (Portal Pró-Menino)

GUIA DE FONTES

Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda)
Maria Luiza Moura Oliveira - Conselheira
(61) 2025-3525 / 2025-3524
malumoura@gmail.com
www.direitoshumanos.gov.br

Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF)
Mário Volpi - coordenador do programa Cidadania dos Adolescentes
Helena Oliveira - oficial de projetos de Proteção à Infância
Pedro Ivo Alcântara - assessor de comunicação
(61) 3035-1983 / 3035-1900
brasilia@unicef.org
www.unicef.org/brazil

Fórum Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente
Jimena Grignani - secretária nacional
Selma Batista - secretária executiva
(61) 3323-6992
forumdca@forumdca.org.br
www.forumdca.org.br

Antônio Carlos Gomes da Costa
Diretor da Modus Faciendi e um dos redatores do Estatuto da Criança e do Adolescente
(31) 3201-4597
modus@modusfaciendi.com.br
www.modusfaciendi.com.br

Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH)
Carmen de Oliveira – subsecretária de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente
(61) 3429-9805
carmen.silveira@sedh.gov.br
www.direitoshumanos.gov.br

Uellington Sousa Rios
Presidente da Associação de Conselheiros Tutelares da Bahia
(73) 3534-2324 / 8807-4477
uellington.sr@hotmail.com

Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente de Alagoas
Nelma Nunes - secretária executiva
(82) 3315-1792
da_gloria_nelma@hotmail.com

Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente do Amapá
Eliete Miranda - secretária executiva
(96) 3212-9145
cedca@sins.op.gov.br

Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ceará
Maria da Conceição Nunes - secretária executiva
(85) 3101-1564
cedeca@cedecaceara.org.br

Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do Distrito Federal
(61) 3905.1353 /1252
Wesley de Souza Oliveira - secretário executivo
9991-7549 / 9162-691
cdcadf@seas.df.gov.br

Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente (ANCED)
(11) 3159.4118
Coordenação: Fernanda Lavarello (11) 9245-0494
(11) Assessora de Comunicação: Vívian Mendes (11) 8671-3990
anced@anced.org.br
www.anced.org.br

Fonte: Andi

Seminário marcará duas décadas de direitos de crianças e adolescentes

No ano em que o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA completa duas décadas de direitos, será realizado nos dias 13 e 14 de julho o seminário “Os 20 Anos do ECA e as Políticas Públicas: Conquistas e Desafios”.

Mais do que o balanço de uma trajetória, o evento tem como objetivo apontar estratégias eficazes para a efetividade da legislação brasileira e dos acordos internacionais no que diz respeito à proteção de meninos e meninas que ainda não vivenciam, com plenitude, seus direitos.

Os candidatos à presidência da república foram convidados a apresentarem suas propostas na área da infância. Também estarão presentes no debate importantes atores sociais do Sistema de Garantia de Direitos (SGD), representando a Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente (SNDPCA); o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda); os ministérios da Educação, Saúde e Desenvolvimento Social e Combate à Fome; além de organizações da sociedade civil, parlamentares e adolescentes.

Intersetorialidade da rede de proteção da criança, mobilização social, fortalecimento dos conselhos (tutelares e de direitos), educação, saúde, consumo de drogas, trabalho infantil, exploração sexual e outras formas de violência contra a criança e o/a adolescente serão temas do encontro.

As inscrições poderão ser feitas através do site da Câmara dos Deputados. Os participantes terão direito a certificado. A mesa de abertura começará às 9 horas no Auditório Nereu Ramos, anexo II da Câmara dos Deputados. Brasília - DF.

(VEJA PROGRAMAÇÃO)

Mais informações:
Comissão de Direitos Humanos e Minorias
(61) 3216 6575
Realização: Comissão dos Direitos Humanos e Minorias (CDHM) e Comissão de Legislação Participativa (CLP) da Câmara dos Deputados.
Apoio: INESC, CONANDA, SDH, Unicef, SNDPCA, Ministério da Saúde, MEC, MDS, Disque 100

Fonte: Andi

ECA completa 20 anos hoje!!!

Hoje o ECA completa 20 anos. Embora a lei seja elogiada por muitos, sabemos que o estatuto não tem sido aplicado como deveria. Separei algumas resportagens sobre o assunto:

Como anda: após 20 anos, pontos- chave do ECA aguardam regras claras, no G1

Aos 20 anos, ECA pode ser mudado para evitar reclusão, na Folha

Governo lança plano de ação para crianças e adolescentes, no R7

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Cristovam diz que Ideb reprovou educação e propõe federalização do ensino fundamental



O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou nesta quinta-feira (8) que o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) - cuja nota ficou em 4,6 - é uma demonstração de que a educação brasileira está reprovada.

- Eu não vejo o presidente da República convocar ministros para saber por que ficamos em 85º [em ranking da Unesco] na educação, quando saiu esse resultado. Nós não fomos reprovados em futebol, apenas não ficamos entre os primeiros. Mas nós fomos reprovados na educação, e temos que ter uma proposta para sair disso.
Eu gostaria de ver este Senado, nos próximos anos, debatendo como o Brasil poderá reverter esse quadro - conclamou.

O Ministério da Educação (MEC) divulgou na última quinta-feira (1º) o Ideb de 2009. São dados que medem o aprendizado e a taxa de aprovação de mais de 2,6 milhões de estudantes de todo o país no ensino fundamental e no ensino médio.

Como solução para o problema, o senador propõe que o Brasil adote a federalização do ensino fundamental e da carreira dos professores, porém com a descentralização da gestão e do projeto pedagógico.

- Nós só vamos conseguir ter uma educação de qualidade e qualidade igualitária no país quando tratarmos a escola como nós tratamos o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, como nós tratamos a Receita Federal, a Polícia Federal, o Congresso, a Justiça, de uma maneira que os gastos sejam financiados nacionalmente, pela nação, e as exigências sejam feitas pela Nação, não apenas localmente pelos municípios e pelos estados- propôs.

Situação grave

Cristovam disse que o quadro na educação brasileira pode ser ainda "mais grave", apontando para uma nota de 3,5, se for levado em conta o número de alunos que abandonam a escola. A nota obtida pelo Ideb é, na sua avaliação, uma "nota de aprovação deficiente", por ser próxima a 5. Incluída a evasão, a reprovação é "desesperante", disse o senador, por revelar um quadro em que o Brasil demonstra incapacidade para continuar estudando.

Cristovam comparou a educação brasileira com a europeia, com muitos anos de investimento, o que, segundo ele, levou à atual situação de desenvolvimento baseado em tecnologia do conhecimento. Para ele, o Brasil, diferentemente, tem uma economia industrial básica, mecânica e agrícola. Porém, Cristovam insistiu que os parlamentares na próxima legislatura priorizem a discussão da escola que se quer para o futuro.

Apartes

Heráclito Fortes (DEM-PI), ao comentar o resultado do Ideb, lamentou que o Piauí tenha recebido a pior nota no ensino médio, em contraste com a capital Teresina, que segundo ele teve o melhor desempenho do Nordeste. Criticou a utilização "eleitoreira" do cargo de secretário da educação e sugeriu período de quarentena para cargos eletivos para quem ocupar essa pasta na esfera estadual. Nesse sentido, Cristovam considerou que a federalização da profissão de professor é a melhor solução para a questão.

Por sua vez, o senador Arthur Virgílio criticou a praxe de se considerar o professor "sacerdote" para justificar baixos salários. Citou a Coreia do Sul como exemplo de país que investiu maciçamente em educação e, com isso, ultrapassou o Brasil em renda per capita, tornando-se país exportador de produtos de alta tecnologia.

Potencialidades

Ao se referir a um comentário de Arthur Virgílio sobre a possibilidade de o Brasil se tornar uma potência por ter um conjunto de potencialidades que outros países latino-americanos não possuem, Cristovam lamentou que falta ao país a principal delas, a educação, "capacidade que unifica todas as outras. Para Cristovam, o Brasil só se tornará uma potência se tiver capital humano habilitado a manejar equipamentos e aparatos modernos. O senador salientou que a educação é o elemento alavancador do crescimento sustentável.
Da Redação / Agência Senado

Senado aprova lei que obriga ensino superior a professores de educação básica

Por Marcos Chagas, da Agência Brasil

A Comissão de Educação do Senado aprovou nesta terça (6) projeto de lei que obriga a formação universitária para professores da educação básica. A proposta aprovada pela comissão estabelece um prazo de seis anos para que os docentes sem nível superior possam continuar a exercer seus trabalhos nas escolas da rede pública.

Como foi aprovado pela comissão um pedido de urgência na tramitação, a matéria será remetida direto para a análise em plenário. Se aprovado seguirá para a sanção presidencial. O projeto altera a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), que não previa a necessidade de curso superior para esse caso.

A relatora Fátima Cleide (PT-RO) incorporou ao seu substitutivo algumas sugestões feitas pelo Ministério da Educação. Assim, a proposta analisada pelo Senado prevê a exigência de avaliação qualificada de nota mínima no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) para os candidatos aos cursos superiores de formação docente.

Também foi incorporado ao projeto a concessão de bolsas de iniciação à docência para universitários de cursos de licenciatura. A relatora explica que a iniciativa é um incentivo para a formação de profissionais do magistério que venham a atuar na educação básica da rede pública.

Pois é...por isto que já estou correndo atrás de minha graduação, ainda que o Magistério no CEFAM tenha sido mil vezes melhor do que qualquer faculdade.

Para ler o parecer, clique aqui.

Cerca de 10% da rede pública sofrem com transtornos mentais

O Jornal da Tarde publicou com exclusividade, baseado em dados da Secretaria de Gestão e Desburocratização que 10 % dos professores sofrem com transtornos mentais ou comportamentais.

Segundo o jornal, o estudo aponta o crescimento dos problemas psiquiátricos entre os professores. Dos 16 mil professores afastados no ano passado por problemas de saúde, 30% foram por transtornos mentais. Em 1999, esses transtornos eram responsáveis por cerca de 16% dos afastamentos.

O que falar diante deste problema? O que falar, não sei. O que perguntar, muitas coisas.

Será que todos estes professores estão realmente com problemas?
Por que isto acontece? Falta de preparo?
O que acontece com os alunos? Há professores substitutos para eles?
O que poderia ser feito?

Como futura professora da rede municipal, olho com receio estes dados. É este o futuro que me aguarda? Será que estes professores foram aqueles que se mataram para mudar a realidade ou são oportunistas em busca de licenças-médicas para ganhar e não trabalhar?

Falo isto porque conheço alguns casos assim. E isto me preocupa mais ainda. Se um profissional se sujeita a passar como doente porque não aguenta a sala de aula, o que será dos nossos alunos? Da sociedade?

Torço para que se recuperem e para que aqueles que mentem, sejam descobertos. Quanto a mim, espero fazer diferença e não fazer parte desta estatística.n

terça-feira, 6 de julho de 2010

Inscrições de escolas para visitas gratuitas à Bienal do Livro vão até dia 12

Até a próxima segunda-feira (12), as escolas públicas ou privadas poderão inscrever suas turmas de estudantes para participarem do programa de visitação gratuita à 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que ocorre entre os dias 12 e 22 de agosto de 2010, no pavilhão de exposições do Anhembi (zona norte de São Paulo).

Para mais informações sobre as inscrições, os responsáveis pelas instituições devem acessar o site no campo de "visitante", escolher a opção "visitação escolar" e preencher os dados.

Fonte: Livraria da Folha

Vagas de Emprego: Abrigo na zona oeste de SP contrata orientador socioeducativo

Abrigo AMEM Casa Rosa contrata orientador socioeducativo do sexo masculino, que resida na zona oeste de SP, próximo à Rodovia Raposo Tavares, para trabalhar com crianças e adolescentes de zero a 17 anos em situação de vulnerabilidade social. É necessário possuir experiência com trabalhos que envolvam criança adolescente. O trabalho envolve o cuidado com a rotina diária das crianças: escola, médico, auxílio nas refeições, realização de atividades que as envolvam etc.

A carga horária é das 7h às 15h ou 15h às 23 h, com duas folgas na semana. O salário é de R$ 1.021. Os interessados podem enviar currículo para amem.casarosa@yahoo.com.br assunto "currículo orientador".


Postado em 5/7/2010
Válido até 10/7/2010

Fonte: Aprendiz

Serra é o candidato de Lula?

Por Gilberto Dimenstein

Foram divulgados, na quinta-feira passada, em meio a um emaranhado de números e conceitos, os resultados da qualidade da educação no Brasil (Ideb). Sua melhor e mais simples tradução estava num detalhe da pesquisa do Datafolha sobre a eleição presidencial, divulgada no dia seguinte. Apesar do intenso bombardeio nos mais variados meios de comunicação, 1 em cada 5 eleitores não sabe quem é o candidato de Lula - alguns, aliás, acham que os preferidos do presidente são José Serra e Marina Silva.

Se 20% desconhecem que Dilma Rousseff é a candidata oficial, imagine quantos entendem as propostas dos candidatos. A imensa maioria, mesmo nas classes mais ricas, não conhece o nome dos ministros, muito menos seus programas. A percepção é baseada em imagens, emoções e senso comum.

Poucos alunos do ensino médio saberiam dizer que a proporção 1 em cada 5 equivale a 20%. Tampouco identificariam a ideia mais importante de cada parágrafo deste texto. Isso é o que representa a média 3,6 alcançada por aqueles estudantes -ou o fato de apenas 1% deles ter atingido o nível avançado.

Mais importante do que a nota de português e matemática, a principal base do cálculo do índice de qualidade de ensino são as consequências práticas do aprendizado. Não se educa para fazer provas, mas para propiciar autonomia na vida.

Lideranças empresariais, que estão aprendendo a ler as estatísticas educacionais (antes restritas a pedagogos), traduzem os dados divulgados na quinta-feira olhando para seus negócios. Não saber que 20% significam 1 em cada 5 ou não localizar a informação mais importante de um texto significa falta de trabalhador qualificado, portanto menos chance de expandir a produção e ampliar os lucros.

Daí o consenso nacional sobre o ensino técnico. Só que o trabalho é apenas uma dimensão da cidadania. Existe também o direito de usufruir das riquezas culturais, científicas e tecnológicas da humanidade.

Muitas vezes, por não estarem conscientes dessa obviedade, as escolas empanturram os currículos com inutilidades, propagadas apenas pela tradição. Não deveria surpreender a taxa de evasão ou o desinteresse, especialmente nas redes oficiais.

Trabalhando com educação e comunicação em escolas e projetos sociais, aprendi que um dos melhores jeitos de seduzir estudantes é usar a notícia como matéria-prima e associá-la ao currículo. Uma eleição consegue se transformar numa rica fonte de provocações e curiosidades.

Não bastam projetos esparsos para explicar as notícias nas escolas. A realidade deve pautar diariamente os professores, convidados a estabelecer relações para transformar informação em conhecimento.

Não estou propondo que se joguem fora os livros didáticos, mas que eles sejam encaixados no cotidiano. Por que não aprender matemática com os gráficos de uma pesquisa eleitoral e português com as falas ou os artigos dos candidatos?

Quanto mais pobres os alunos, mais cabe às escolas fazer essa conexão - afinal, muitos deles vêm de famílias com baixo repertório cultural. Doutor em economia pela Universidade de Londres e professor da USP, Naércio Menezes Filho tem mergulhado nos resultados das provas, tentando descobrir as razões do sucesso e do fracasso escolar. Para ele, 70% do desempenho está relacionado a fatores externos à escola, sobretudo à base familiar.

Pais mais educados conseguem fazer a lição de casa com os filhos, levá-los a médicos, a museus, a teatros ou a cinemas, proporcionar-lhes viagens, apresentá-los a livros, jornais e revistas, oferecer-lhes internet com banda larga. Também são explicadores de notícias. Em casa, conversam sobre questões sociais, econômicas e políticas.

Sei que as escolas públicas ainda requerem muitas coisas básicas, a começar de professores com boa formação, mas, para ter um índice educacional de verdade, é preciso medir quantos conseguem um bom emprego ou entendem um debate eleitoral.

Ninguém tem um mínimo de autonomia se estiver desempregado ou se não puder compreender o que os governantes fazem com sua vida.

PS - Não deixo de reconhecer os avanços, expressos pelo Ideb, divulgados na semana passada. Um deles é a percepção de que a juventude é uma questão central e, sem tornar o ensino médio mais útil e atrativo, não há civilidade possível.

Portal Aprendiz

Ampliar educação integral aumentaria ainda mais o Ideb

Por Sarah Fernades, do Aprendiz

Ampliar o número de alunos que estudam em escolas que adotam como proposta a educação integral seria um caminho para aumentar ainda mais o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) — que a cada dois anos mede a taxa de reprovação e a proficiência dos alunos em português e matemática. A avaliação é do presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Antonio Carlos Ronca.

“As escolas de educação integral permitem que os alunos tenham um desenvolvimento global envolvendo temas além das disciplinas tradicionais, como música, pintura e esportes“, avalia Ronca. “A tendência é que os municípios que implantam esse modelo tenham índices bons, como Apucarana, Belo Horizonte, Palmas e Sorocaba”.

O Ideb municipal de 2009, divulgado nesta segunda-feira (5/7), aponta que os municípios ultrapassaram média nacional, que é de 4,6 em uma escala de zero a 10. Apucarana (PR) registrou Ideb da rede municipal igual a 6, Sorocaba (SP) 6,2 e Palmas (TO) e Belo Horizonte (MG) 5,6. Já nas séries finais do ensino fundamental o quadro só não se repete em Belo Horizonte, que apresentou Ideb de 3,8 enquanto a média nacional ficou em 4. Apucarana alcançou 4,2, Sorocaba, 5,2 e Palmas, 5.

De 2008 a 2010, o número de escolas que aderiram ao Programa Mais Educação – que busca ampliar o tempo e o espaço educacional dos alunos da rede pública – foi de 1.378 para 10.050 - um crescimento de 630% -, abrangendo 3 milhões de alunos. “O país está melhorando, mas ainda assim o ritmo é lento”, avalia Ronca.

Crescimento

Os resultados de 2009 do Ideb foram divulgados na última quinta-feira (1/7) e apontaram um aumento em todas as etapas da educação básica. Nos anos iniciais do ensino fundamental, o Ideb passou de 4,2 em 2007 para 4,6. Nas séries finais o índice que era de 3,8 foi para 4,0, ambos antecipando a meta prevista para 2011.

Entre os fatores que contribuíram para o crescimento, segundo Ronca, está a criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), criação do nono ano no ensino fundamental e programas de formação de professores.

Ele adverte, porém, que um avanço mais acelerado requer fortalecimento de programas de universalização da educação, valorização dos professores e atendimento a municípios pobres. “Quase 1.400 cidades não têm sistema municipal de ensino nem Conselho de Educação. Nesse quadro, um regime de colaboração, em um Sistema Nacional Articulado, ajudaria”.

Ensino Médio

O ensino médio avança mais devagar que o fundamental, tendo registrado um crescimento de apenas 0,1 entre 2007 e 2009. No primeiro ano da análise, o Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb) era de 3,5 e passou para 3,6.

“A taxa de permanência é muito baixa no ensino médio e vai se agravando nos últimos anos de estudo. Isso porque existe um forte apelo do trabalho e uma estrutura curricular defasada”, avalia Ronca.

Metas

Tendo em vista que o Ideb de 2009 alcançou as resultados previstos para 2011, o Conselho Nacional de Educação sugere antecipar as metas de fixadas para os próximos anos. “O ritmo de crescimento está lento. Podemos acelerá-lo com a antecipação das metas”, avalia Ronca.


(Envolverde/Aprendiz)

Bullying: marcas de violência na escola

Por Lídia Weber

A escola pode ser um lugar muito hostil para crianças e adolescentes, não somente pelas notas vermelhas, mas pelas relações interpessoais negativas (intimidação, assédio, humilhação) que ocorrem com colegas e até com professores e funcionários. Essas relações nocivas dentro da escola são atualmente estudadas pela Psicologia e conhecidas pelo termo inglês bullying: quando alguém faz ou diz algo negativo de forma sistemática para ter poder sobre outra pessoa. Esse tipo de provocação pode ser físico (bater, puxar, beliscar, assediar sexualmente etc.) ou relacional (fofocar, excluir alguém do grupo, humilhar, provocar etc.; pode ocorrer em confronto direto ou por meio eletrônico (cyber bullying), tais como, ofensas postadas em sites de relacionamento, mensagens agressivas no celular, montagem de fotos e vídeos e mentiras espalhadas por correio eletrônico.

O bullying é um fenômeno completo e envolve três grupos de estudantes: agressores, vítimas e espectadores. Apesar de existirem similaridades entre os membros de cada grupo, existem ainda muitos subgrupos diferentes. Por exemplo, existem os agressores ativos e os passivos. Os ativos fazem parte do tipo mais comum e geralmente são fortes, hostis, impulsivos, coercitivos, confiantes e demonstram total falta de empatia com suas vítimas. Esses estudantes tendem a ser populares nos anos escolares iniciais e, por serem admirados, tem uma boa autoestima. Esse comportamento agressivo pode perdurar ao longo da vida. Os agressores passivos não tem tanta confiança, são inseguros, menos populares, tem baixa autoestima e poucas qualidades desejáveis. Geralmente tem dificuldades na escola e comportamento destemperado o que leva a problemas com seus colegas. Esse tipo não inicia o comportamento agressivo, mas apóia com entusiasmo quando ele ocorre e mostra total lealdade aos agressores. Existem ainda as vítimas-agressivas, são estudantes que sofreram provocações sérias e passam a agredir aqueles que são física ou psicologicamente mais fracos; geralmente são impopulares e tem maior chance de apresentarem ansiedade e depressão.

Os provocadores não atacam seus colegas de modo aleatório, ao contrário, tendem a perseguir alguns de maneira sistemática. As pesquisas descrevem diferentes tipos de vítimas: vítima-passiva, vítima-provocativa e a vítima-agressiva, já descrita acima. A vítima-passiva não provoca diretamente e faz parte do maior grupo de crianças intimidadas; geralmente são crianças tímidas, ansiosas, medrosas, com autoconceito pobre e com poucos amigos, sendo alvos fáceis para os agressores ativos que detectam facilmente a vulnerabilidade. A vítima-provocativa é aquele estudante que se comporta de maneira a desorganizar a classe: não para quieto, tem comportamento irritadiço, hostil, dominante e agressivo, baixa tolerância à frustração e sente-se rejeitado por outros, com baixa autoestima.

Em pesquisas realizadas pelo Núcleo de Análise do Comportamento do Departamento de Psicologia e pelo programa de Pós-graduação em Educação (UFPR), os dados revelam que os meninos apresentam maior freqüência de agressões e de vitimização. Alunos de escolas particulares relatam maior frequência de agressão direta enquanto os alunos das escolas públicas apresentaram maior média na agressão relacional. É preciso levar em conta não apenas a distinção entre escola pública e particular, mas o quanto cada escola está empenhada em combater e prevenir este comportamento. Muitas escolas nada fazem porque simplesmente consideram esse fenômeno como algo normal no comportamento de crianças e adolescentes.

Esse é um fenômeno que não pode ser ignorado pelas escolas nem pela família. Nossas pesquisas revelam, de maneira, inequívoca, uma relação significativa entre o “clima familiar” e agressão e vitimização sofrida na escola. De modo geral, adolescentes provenientes de famílias que apresentam clima positivo (alto envolvimento e relacionamento afetivo, regras e limites claros, comunicação positiva, clima conjugal positivo e pais que se apresentam como modelos positivos) envolvem-se menos com bullying, tanto como agressores quanto como vítimas. Por outro lado, maior frequência de agressores e de vítimas vem de lares no qual o clima familiar apresenta vários fatores de risco, tais como uso de punição corporal, conflito familiar, abuso verbal, ausência de regras e monitoria, baixo envolvimento e clima conjugal negativo.

Assim, nota-se que o bullying não é apenas um fenômeno escolar, pois existe uma forte ligação entre o que ocorre na da família e as relações de crianças e adolescentes com seus colegas. Em um contexto atual complexo, violento, egoísta e pouco empático, é preciso atenção mais específica, sistemática e preventiva para a família e a escola, pois os efeitos psicológicos do bullying, tanto para os agressores quanto vítimas, são nefastos e duradouros.


(Envolverde/UnB Agência)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Homologação do Concurso da Prefeitura de São Paulo para professor de Educação Infantil e Fundamental

Bem. Não posso deixar de registrar aqui: recebi da Fundação Carlos Chagas, este final de semana, a carta de aprovação nos dois concursos que a Prefeitura de São Paulo fez!!!

Para o de professor de Educação Infantil minha classificação foi 892. A Prefeitura divulgou cerca de 400 vagas para este cargo. Já para professor de Educação Infantil e Fundamental, minha classificação final foi 46, e existe cerca de 800 vagas!!! Ou seja, em breve, se Deus permitir, voltarei à sala de aula, mas agora, como funcionária pública e professora da maior rede municipal de ensino do país!!!

Estou realmente muito animada para colocar em prática, e confrontar também, todas as idéias pedagógicas que estudo há anos, mesmo durante o período em que estive longe da Educação.

Vou postar em breve, resumidamente, o caminho que fiz para chegar até aqui...não me arrependo das escolhas que fiz, e elas só fortaleceram a minha decisão de retornar ao lar.